Último!

Talvez por sempre me ter dado com amigos adeptos das novas tecnologias, a cena dos blogues sempre foi mais ou menos comum no nosso círculo. Motivos para escrever não nos faltavam: viagens, erasmus, moda, gadgets, desabafos do coração, receitas, críticas literárias, cinematográficas, música, festivais, episódios do dia-a-dia, enfim… de tudo um pouco, do mais trivial ao mais profundo. Porém, o cenário mais frequente era o abandono gradual e o consequente ato de os desligar das máquinas. Nos últimos seis anos, esta possibilidade passou-me pela cabeça vezes sem conta. Dei início a este blog antes de entrar na faculdade, formei-me, comecei a trabalhar, comecei e acabei relações, comecei projectos que nunca acabei, acabei com projectos que nunca chegaram a começar. Fui estupidamente feliz e tive momentos em que me senti a pessoa mais miserável deste mundo. :) Deixei de me reconhecer em muitos dos textos que escrevi mas fui cedendo à tentação de os apagar, de fechar o estaminé e começar de novo (porque não há nada melhor do que começar de novo), dizendo para mim própria que havia algo de mim em cada texto, mesmo que esse “mim” tivesse evoluído, pensasse agora de outra forma e desse importância a outras coisas.  Camuflei, assim, as verdadeiras razões para adiar a linha contínua no monitor, repetindo “faz parte do processo natural de amadurecimento” sempre que a dúvida se instalava. É difícil admiti-lo mas este espaço sobreviveu, em parte, por ter sido durante alguns períodos o único elo de ligação entre nós. Volta e meia, cortávamos-nos fisicamente da vida um do outro, mas havia sempre este refúgio onde eu podia escrever sobre alguns amargos de boca que um coração desassossegado pode proporcionar.  Nem todos os posts foram sobre ti, obviamente, pelo meio ainda consegui comover família, divertir amigos, irritar ex-namoradas nervosinhas e colegas frustrados, partilhar livros, músicas e outras paixões.  Mas agora que o corte não foi somente físico, mas também – finalmente! – emocional, este blog deixou de me servir. Não se trata de entrar em negação: o que aconteceu, aconteceu, mas no presente já não faz qualquer sentido. Dizem as frases feitas que a vida é um livro que vamos escrevendo sem borracha (ou sem ctrl+z, vá :P). A minha é um estante.  Aprendi que se queremos virar realmente a página não basta saltar um capítulo. Não precisamos. Há tanto espaço na estante… E a enchê-la é já! Obrigada pelo tempo de antena que me dispensaram nos últimos anos, esta viagem vai seguir por  mares nunca dantes navegados! (Que é como quem diz, amigos nerds, que mais dia, menos dia, vos faço chegar o link para a nova embarcação. :P)  Até à vista!!

E vai-se a ver

… e esta foi uma das melhores semanas dos últimos tempos. Feliz, feliz, feliiiz!

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Isto não é o que parece

O teu namorado de 16 anos não é nervoso, é uma besta

Enviar-te 35 mensagens durante o dia a dizer que te ama e a perguntar onde estás não é uma prova de amor. É uma prova de que ele é um controlador e que, se tu deixas que ele o faça e não pões um travão a tempo, a coisa só vai ter tendência para piorar ainda mais.

Fazer-te perguntas sobre dinheiro não é indício de estar atento aos tempos difíceis em que vivemos, e reflexo de uma educação de poupança. Falar muitas vezes disso indica, isso sim, que um dia ele vai querer controlar o teu dinheiro. Aliás, se dependesse dele, era ele que geria já a tua mesada. Quanto gastas. Quando gastas. Em que gastas. Quando deres por ti, estarás a pedir-lhe autorização para comprar coisas para ti.

Pedir a password do teu e-mail ou da tua conta de Facebook não é sinal de que vocês nada têm a esconder um do outro. Não é sinal de que, entre vocês, tudo é um livro aberto. Mesmo que ele insista em dar-te a password dele. Isso é um sinal de desconfiança permanente. E um passo grande para o fim da tua privacidade. Sabes o que é privacidade, certo? É uma zona tua, onde mais ninguém entra. A não ser que tu queiras.

Os comentários sobre a roupa que usas ou o novo corte de cabelo não revelam um ciuminho saudável. Revelam que é ciumento. Ponto. Pouco lhe importa se tu gostas daquele top, daqueles calções ou daquelas calças apertadas. Entre os argumentos usados, talvez ele diga que já não precisas de te vestir assim, porque isso atrai a atenção de outros rapazes e tu já tens namorado. Se não fores capaz de lhe dizer, na altura, que te vestes assim porque te apetece, não para lhe agradar, pensa que este é o mesmo princípio que leva muitas sociedades a obrigar as mulheres a usar burka… Não é exagero. Controlar o que tu vestes é exatamente a mesma coisa.

Perguntar-te a toda a hora quem é que te telefonou ou ver o teu telemóvel, à procura das chamadas feitas e atendidas e das mensagens enviadas e recebidas não é um reflexo de pequeno ciúme. É um sinal de grande insegurança. Faças tu o que fizeres, dês tu as provas de amor que deres (na tua idade, o amor ainda tem muito para rolar, mas tu perceberás isso com o tempo), ele sentirá sempre que é pouco. E vai querer mais, e mais. E tu terás cada vez menos e menos.

Apertar-te o braço com mais força num dia em que se chatearam e lhe passou qualquer coisa má pela cabeça não é um caso isolado e uma coisa que devas minimizar porque ele estava nervoso. Aconteceu daquela vez e é muito, muito, muito provável que volte a acontecer. Um dia ele estará mais nervoso. E a marca no teu braço será maior. E mesmo que ele «nunca tenha encostado um dedo» em ti, a violência psicológica pode ser tão ou mais grave do que a física.

Gostar de ti mas não gostar de estar com os teus amigos não é amor. É controlo. E é errado. O isolamento social é terrível.Continuar a telefonar-te insistentemente depois de tu teres dito que queres acabar a relação, ou encher-te o telemóvel com mensagens a pregar o amor eterno, não significa que ele esteja a sofrer muito. Significa, sim, uma frustração em lidar com a rejeição. E se pensares em voltar para ele, pensa que da próxima vez que isso acontecer ele vai telefonar-te mais vezes. E enviar-te mais mensagens.

Guardares estas coisas para ti não é um sintoma da tua timidez. Não quer dizer que sejas reservada. É uma estratégia de defesa tua. E um pouco de vergonha, à mistura, não é? E que tal partilhares isso? Ficarias espantada com a quantidade de amigas tuas que passam por situações semelhantes.

Talvez a sua filha não leia isto. Mas que tal mostrar-lhe a revista, para ela pensar um pouco?

Por Paulo Farinha. Daqui.

Besties*

Os meus novos melhores amigos. Especialmente no trabalho. :)

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* Clara referência à querida Amy Farrah Fowler, dessa maravilhosa série que é The Big Bang Theory.

Pequenas coisas

Hoje, enquanto caminhava pela rua, lembrei-me que tu, por mais largo que fosse o passeio, fazias questão de nunca me deixar ir do lado da estrada.

E pensar…

… que comecei este blog a poucas horas de deixar os “eighteens“. A minha mãe tem razão. Isto passa mesmo a correr. Está quase! :)

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